Estudo mostra que a pipoca, esse verdadeiro blockbuster das sessões de cinema, concentra mais certos antioxidantes que frutas e verduras
Um punhado de milho, um fiozinho de óleo e uma panela no fogo… Voilà! Bastam alguns minutos – e muitos “pops” – para a combinação resultar em massas brancas, pequenas e bem macias: é a famosa pipoca.
Vira e mexe no centro de acaloradas discussões, ela costuma ser acusada de ser um tanto quanto traiçoeira para a saúde.
A presença de gordura e o fato de nos incentivar a extrapolar nas pitadas de sal estão entre as principais queixas.
No que depender da ciência, entretanto, a má fama está com os dias contados.
É que, se preparada corretamente, isso significa não apelar para a praticidade da versão de micro-ondas, ela é uma explosão de benefícios, informação reforçada por um estudo recente da Universidade de Scranton, nos Estados Unidos.
Segundo o time de cientistas, a pipoca reúne mais certos antioxidantes que uma porção de frutas e verduras.
O que faz com que ela possa ser uma aliada ardilosa na guerra contra os radicais livres, aquelas moléculas instáveis e perigosas que atacam as células e provocam desastres que vão de envelhecimento precoce a câncer.
A pipoca sai na frente
“Isso se deve à diferença entre a quantidade de água encontrada na pipoca, que é de 3 a 5%, e a detectada nos vegetais, que chega a 90%”, informa Joe Vinson, líder do trabalho.
“Essas substâncias também atuam como antioxidantes e, no corpo, são convertidas em vitamina A”, ensina a cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, no interior de Minas Gerais.
A transformação é ótima para o sistema imunológico e para os olhos, que ficam blindados contra degeneração macular relacionada à idade.
Na casca da pipoca também estão doses generosas de fibras, substâncias que contribuem para a formação do bolo fecal.
O melhor é que o papel das fibras não fica restrito a dar um empurrão ao funcionamento do intestino. Elas também são reverenciadas por tornar a digestão mais lenta, prolongando, assim, a sensação de barriga forrada – uma vantagem e tanto para quem quer derrubar o ponteiro da balança.
Já na parte fofa e geralmente branca dessa pequena notável fica guardado outro aliado do organismo: o amido resistente.
Ele passa praticamente intacto pelo aparelho digestivo, só no intestino grosso é que micro-organismos da flora o transformam em ácidos graxos de cadeia curta.
“Ele deixa a área mais ácida, favorecendo a proteção contra células cancerosas. Por isso, o consumo de amido resistente tem sido associado à redução do risco de tumores no órgão”, detalha Maria Cristina, da Embrapa.
Pipocas perigosas
Mas não vá achando que o sinal está verde para se entupir com a pipoca vendida no cinema ou a industrializada para micro-ondas.
Essas são justamente as que merecem estar no banco dos réus.
O recomendado para se beneficiar das qualidades do alimento é prepará-lo na boa e velha panela, com só um pouquinho de óleo para não formar uma verdadeira bomba calórica.
Se desejar, a gordura pode até ficar de fora da receita.
“É só colocar uma porção de milho em um saquinho como aqueles para pão e vedá-lo na ponta. Depois, deixe por alguns minutos no micro-ondas”, instrui Eduardo Sawazaki, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Está aí um lanche para ninguém botar defeito!